Várias linhas de evidências sugerem que outros tipos de respostas de anticorpos ocorrem em pacientes com abortos de repetição.
Muitos mecanismos de autoimunidade (a mãe produz anticorpos contra os próprios tecidos causando danos e coagulação do sangue nos microvasos que abastecem a placenta no início de sua formação), provavelmente envolvendo anticorpos lupus anticoagulantes (anticorpos antitromboplastina) e outros, podem estar associados a abortos recorrentes espontâneos (Christiansen, 1992).
Imunoterapia com imunoglobulinas específicas podem aliviar esses sintomas (Carreras I, 1984). Anticorpos antifosfolípedes, anticardiolipina e lupus anticoagulante estão presentes em 10% das pacientes. Nessas mulheres, 88% das gestações terminam em aborto espontâneo.
Tratamento com baixas doses de aspirina ajuda algumas mulheres a levar a gestação a termo (Balash J, 1990). Uma combinação de aspirina e prednisolona também reduz os anticorpos antifosfolípedes antes da 8ª semana de gestação e melhora o crescimento fetal, independente da presença de anticorpos anticardiolipina, idade e abortos prévios (Hasegawa I, 1992).
A aspirina abole a formação de prostaglandinas, resultando em altos níveis de substâncias que ajudam o crescimento da futura placenta.
Anticorpos anticardiolipina IgG e IgM aumentam após a imunização ativa com leucócitos paternos. Essa é ainda uma outra razão para questionar esse procedimento e suas consequências, já que anticorpos anticardiolipina podem causar trombocitopenia e tromboembolismo, ou seja, podem causar coagulação da microcirculação de sangue que nutre a placenta e consequente morte embrionária (Morris, Moncayo R, 1990).