As sinéquias uterinas tem sido relacionadas a abortamento de repetição, infertilidade e distúrbios menstruais. A principal causa de sinéquias intrauterinas é a curetagem uterina puerperal (pós-parto). Estima-se em 40% a incidência de sinéquias pós-curetagens puerperais (Schenker et al.. , 1982).
As aderências intrauterinas podem ser de localização central ou marginal e em seu aspecto morfológico podem apresentar-se endometriais, miometriais ou fibro-miometriais e fibroconjuntivas. A abordagem histeroscópica é o tratamento de escolha, pois pode-se retirar as sinéquias de forma seletiva e cuidadosa.
A posterior combinação do uso de DIU, da antibioticoterapia e do tratamento hormonal está associado com aumento da taxa de sucesso na remoção das sinéquias. Após o desaparecimento das mesmas podemos observar taxa de gestação de 50% e melhora do estado menstrual em 75% dos casos. Vários estudos relatam que 90% das pacientes assumem ciclos menstruais normais e 75 a 80% delas tornam-se grávidas, sendo que destas, 50 a 60% dão à luz à uma criança à termo.
Na realidade, o prognóstico de sucesso de gravidez após a remoção de sinéquias uterinas está mais associado ao tipo de sinéquia e à gravidade com que a cavidade uterina está afetada. As sinéquias endometriais podem ser desfeitas mesmo durante o diagnóstico com o próprio aparelho e têm excelente prognóstico. Já as sinéquias fibrosas que tomam grande parte da cavidade uterina só são desfeitas com ressecção ou laser e têm alta taxa de recidiva pós-ressecção (elas voltam com muita frequência após a cirurgia), piorando muito o prognóstico de gravidez.