Dr. Flávio Garcia de Oliveira
Quando as mulheres ainda estão na barriga de suas mães, em torno da 20ª semana de gestação, todas as células tronco produtoras de óvulos – 6 a 7 milhões – se transformam em óvulos. A partir desse momento inicia-se no ovário um processo de morte natural dos óvulos (apoptose). É um fenômeno que reduz o número de óvulos com o passar do tempo:

Outro fato importante se relaciona com a qualidade do óvulo. A mulher não produz novos óvulos, apenas segue gastando aqueles do estoque inicial. Os óvulos produzidos intra-útero permane- cem em estado de repouso até o momento em que serão utilizados na ovulação e fertilização. Desse modo, uma mulher com 35 anos fornece óvulos com essa mesma idade que, além de diminuir em quantidade, também perdem qualidade à medida que “envelhecem” junto com a mulher.
A partir da puberdade e primeira menstruação, a mulher inicia seus ciclos de ovulação. A cada mês, para que a mulher ovule um único óvulo, são recrutados 800 a 1000 óvulos, ou seja, um em cada 800 a 1000 sobrevive para ovular e fertilizar. Sendo assim, pensando numa vida fértil entre os 15 e 45 anos, apenas 300 a 400 óvulos de todo aquele estoque inicial serão realmente utiliza- dos, o restante será descartado. Isso explica porque as pacientes de 40 anos ou mais não respondem devidamente à estimulação ovariana, e geram óvulos em número cada vez menor e com qualidade inferior para fertilização, comparado com pacientes abaixo dos 35 anos de idade.
Porém, algumas pacientes mais jovens também podem apresentar o mesmo problema (meno- pausa precoce). Alguns fatores (veja abaixo) aumentam a chance da menopausa precoce apare- cer, nesses casos está indicada a doação de óvulos:
