Neste artigo iremos esclarecer as principais dúvidas sobre sexo na gravidez
É comum que existam dúvidas sobre a prática de sexo durante a gravidez. Acelera o parto? Machuca o bebê? É prejudicial para a gestação?
Segundo os médicos especialistas, ter relações sexuais na gravidez é algo normal e não oferece nenhum risco para a mãe nem para o bebê, desde que a gestação seja de baixo risco.
Caso não haja nenhuma contraindicação, o contato íntimo entre casais é liberado da primeira até a última semana e, inclusive, pode trazer uma série de benefícios.
Entre eles a diminuição do estresse e ansiedade, aumento da autoestima, liberação de endorfina (hormônio responsável pela sensação de bem-estar) e fortalecimento da imunidade. Além de melhorar o humor e a qualidade do sono.
A prática sexual nessa fase da vida também pode aprimorar o condicionamento físico e a musculatura da mulher, fundamentais na hora do parto.
Inclusive, transar na gravidez pode ser bastante prazeroso. Os níveis de progesterona e estrogênio ficam elevados e, como resultado, o fluxo sanguíneo da região pélvica aumenta assim como a lubrificação vaginal. Cenário propício para intensificação da libido e orgasmos poderosos.
Posições Sexuais e Penetração
É importante deixar claro que o bebê não sente nada durante a penetração do canal vaginal, independente da força com que seja feita.
O feto fica protegido por uma densa camada muscular, pelo líquido amniótico e pelo saco gestacional. Há também uma mucosa na entrada do útero que defende o órgão da entrada de bactérias. Essas camadas todas impedem que haja qualquer contato entre o pênis e o bebê.
O uso de vibradores e a penetração anal demandam mais cuidados. Pelo fato das gestantes apresentarem imunidade menor do que outras mulheres, a recomendação é de que essas práticas sejam evitadas.
Afinal, o risco de infecções é muito alto caso a higienização dos aparelhos não seja feita corretamente ou não houver o cuidado ideal durante o contato entre ânus e vagina.
No que diz respeito às posições sexuais, é necessário que o casal experimente posturas que não causem desconfortos.
É mais comum que as gestantes sintam-se mais à vontade por cima do parceiro. Ficar de lado é outra posição escolhida, principalmente depois da 20ª semana de gestação, quando a barriga começa a ficar mais volumosa.
Orgasmos e sêmen
Os orgasmos podem ter um papel interessante durante a gestação, justamente por liberarem o hormônio ocitocina. Fundamental para a gravidez, ele é capaz de reduzir a pressão arterial que tende a ficar elevada durante esse período e, caso não seja controlada, pode gerar pré-eclâmpsia.
A ocitocina também promove contrações uterinas importantes para o parto. Entretanto, no começo da gestação tais contrações e o possível endurecimento do útero que pode ocorrer a partir delas, não são capazes de promover um parto prematuro.
Apenas quando o útero está bastante dilatado, no final da gestação, pode existir o risco de desencadear o parto. Porém, para que isso aconteça a estimulação deve ter alta intensidade e duração maior que uma hora.
O sêmen, por sua vez, possui o hormônio prostaglandina em sua composição. Essa substância também é capaz de induzir o parto. Todavia, isso pode acontecer apenas quando o trabalho de parto está muito próximo de começar.
Um esperma saudável ejaculado no canal vaginal não oferece nenhum risco para o bebê. Porém, é necessário dobrar a atenção no que diz respeito à higiene e prevenção das IST’s (infecções sexualmente transmissíveis). A sífilis, por exemplo, tem origem bacteriana e pode atacar a placenta e o feto, representando risco de morte para o bebê.
Portanto, o mais aconselhável é o uso de preservativos durante os contatos íntimos no decorrer da gravidez.
Sexo Pós-Parto
Recomenda-se um período de ao menos 40 dias de recuperação depois de dar à luz antes de voltar a ter relações sexuais.
Esse tempo é necessário para que a regressão do útero ao tamanho normal possa ocorrer, assim como a cicatrização das incisões, na barriga quando é feita cesárea e no períneo nos partos naturais.
Geralmente são dias suficientes para que o organismo esteja recuperado, capaz de lidar com esforços físicos e a mulher apresente mais disposição e segurança.
Depois dessa quarentena é imprescindível que o clima de intimidade e confiança seja alimentado pelo casal. É comum que a mulher sinta-se menos sensual e atraente depois da maternidade e com menos apetite sexual.
Isso acontece, segundo os especialistas, por causa dos hormônios responsáveis por produzir o leite materno que, em contrapartida, causam diminuição da lubrificação vaginal. Com o retorno da menstruação essas questões da libido e ressecamento da vagina tendem a ser resolvidas de maneira natural.
Quando as relações sexuais são contra-indicadas?
A mulher grávida não deve manter relações sexuais caso a gestação seja considerada de risco. Quando há infecções graves, quadro hipertensivo, ocorrência de placenta prévia (quando ela se forma erroneamente na parte debaixo do útero), rompimento do saco gestacional e casos específicos de sangramento.
Há a possibilidade das mulheres gestantes sofrerem queda na libido, em especial no primeiro trimestre da gravidez, porém isso não significa que o sexo deve ser evitado.
O apetite sexual é prejudicado pelas alterações hormonais responsáveis também pelas náuseas, dores nas mamas e cansaço. No segundo trimestre ocorre a estabilização dos hormônios e, consequentemente, o retorno da libido.
Caso surja qualquer dúvida durante a gestação, não hesite em procurar seu médico de confiança. Faça todas as consultas do pré-natal e siga as recomendações médicas. Desfrute dessa fase única na vida da mulher.