Tecnologia de Ultrassom – 2D, 3D e 4D

Tecnologia de Ultrassom

O exame de ultrassom é uma ferramenta clínica incrível que nos permite mergulhar no universo interno do feto, fornecendo imagens detalhadas da anatomia e de diversos sistemas de órgãos. Também conhecida como ultrassonografia, essa técnica de imagem utiliza ondas sonoras de alta frequência para criar cortes precisos do corpo, revelando um mundo oculto de maravilhas.

Para realizar este exame, um transdutor ou sonda emite ondas de ultrassom na pele, previamente coberta com uma fina camada de gel condutor. Essa camada garante que as ondas passem suavemente pela pele, enquanto elas interagem com as estruturas internas do feto, refletindo de volta ao transdutor.

As ondas refletidas são analisadas com base em sua força e no tempo que levam para retornar, formando as imagens que vemos na tela. Um software de computador hábil desempenha um papel crucial na interpretação dessas informações, proporcionando uma visão clara e nítida do feto e de seu desenvolvimento.

A ultrassonografia oferece diversas vantagens em relação a outras técnicas de imagem:

  • Visualização em tempo real: podemos acompanhar o desenvolvimento do feto ou examinar órgãos enquanto acontecem, em tempo real. Essa capacidade interativa nos permite capturar diferentes ângulos de visualização movimentando a sonda.
  • Não invasivo: ao contrário de procedimentos invasivos, como biópsias ou cirurgias, a ultrassonografia é um método não invasivo, o que significa que não causa desconforto nem riscos adicionais ao feto.
  • Livre de radiação ionizante: diferentemente de outras técnicas de imagem, como a radiografia, a ultrassonografia não utiliza radiação ionizante, que pode ter efeitos adversos no embrião em desenvolvimento.
  • Interatividade: a possibilidade de movimentar a sonda permite ao operador explorar diferentes planos de visualização, proporcionando uma visão abrangente e detalhada das estruturas do feto.

Ultrassom 2D: desvendando a beleza em preto e branco

O ultrassom tradicional, conhecido como ultrassom 2D, utiliza ondas de ultrassom em um único plano para criar uma imagem bidimensional em preto e branco. Ao mover a sonda, diferentes planos de visualização podem ser obtidos, permitindo capturar imagens estáticas que revelam a anatomia e a morfologia fetal.

Essa técnica tem sido amplamente utilizada para avaliar detalhadamente a evolução do embrião. Através do ultrassom 2D, podemos estudar o desenvolvimento do feto e identificar possíveis anomalias que precisam de atenção e cuidado.

Ultrassom 3D: a magia das três dimensões

A evolução da tecnologia de ultrassom nos presenteou com o ultrassom 3D, que nos permite explorar o mundo fetal em três dimensões. Nessa técnica, dados de volume são adquiridos e diferentes imagens 2D, obtidas a partir de ângulos ligeiramente distintos, são integradas por um software de computação de alta velocidade para criar uma imagem tridimensional.

Existem três métodos para adquirir dados de volume:

  • Movimentos livres da sonda: o operador movimenta a sonda livremente, registrando as imagens de interesse para formar o volume de dados.
  • Sensores mecânicos embutidos: a própria sonda possui sensores que registram as imagens de forma precisa, sem depender dos movimentos do operador.
  • Sensores de matriz: esses sensores utilizam uma única varredura para adquirir uma grande quantidade de dados. O software analisa os quadros 2D obtidos em sequência e gera a imagem 3D. A partir dessa imagem, o operador pode extrair diferentes planos de interesse, permitindo uma análise detalhada das estruturas em termos de morfologia, tamanho e relacionamento entre elas.

As imagens 3D podem ser exibidas de duas formas principais: o formato multiplanar, que permite ao operador avaliar vários planos 2D simultaneamente, e a renderização de imagens, que preenche as lacunas para criar uma imagem 3D suave. Além disso, existe o modo tomográfico, que permite visualizar várias fatias paralelas no plano transversal do conjunto de dados 3D, também conhecido como ultrassom 4D.

Com o formato multiplanar, é possível avaliar vários planos 2D ao mesmo tempo. Movendo-se livremente um ponto de referência na tela, que representa a interseção dos planos ortogonais (X, Y e Z), o operador pode obter uma imagem em qualquer plano dentro do volume digitalizado. 

Por exemplo, ao visualizar o coração fetal, o operador pode escolher entre diferentes visualizações clássicas do coração movendo o ponto de referência, como a visualização de quatro câmaras, três vasos ou qualquer outro plano de interesse. Essas imagens podem ser exibidas em escala de cinza, Doppler colorido ou power Doppler, permitindo a visualização do movimento do sangue através das diversas câmaras e válvulas.

Ultrassom 4D: o encanto do movimento vivo

O ultrassom 4D é uma continuação do ultrassom 3D, adicionando um elemento de tempo e movimento às imagens tridimensionais. Com essa tecnologia, podemos ver um vídeo em tempo real das estruturas fetais em movimento, como as paredes cardíacas, as válvulas e o fluxo sanguíneo nos vasos.

É importante ressaltar que o ultrassom 4D utiliza um transdutor 2D, que adquire rapidamente uma sequência de 20 a 30 volumes, ou uma matriz que utiliza um transdutor 3D para capturar os dados necessários. Essa abordagem nos permite apreciar a beleza e a dinâmica do desenvolvimento fetal, acompanhando cada pequeno movimento e descobrindo o mundo dentro do ventre materno.

O poder do ultrassom 4D vai além, permitindo que médicos estudem o movimento de diversos órgãos móveis do corpo fetal, ampliando nosso conhecimento e compreensão do desenvolvimento humano.

É fundamental destacar que o uso do ultrassom 4D para fins de entretenimento não médico é desencorajado. Infelizmente, muitos centros não regulamentados oferecem esses vídeos como uma forma de diversão, sem considerar os riscos envolvidos. Essa prática vai contra os princípios médicos e pode expor o feto a níveis elevados de energia de ultrassom, além de prolongar desnecessariamente as sessões.

Outro ponto importante é que a interpretação dos resultados do ultrassom requer habilidade e experiência médica. Operadores não certificados ou sem o devido treinamento podem cometer erros ou fornecer diagnósticos inadequados, colocando em risco a saúde da mãe e do feto. É essencial que o ultrassom seja realizado por profissionais de saúde qualificados, comprometidos com a segurança e o bem-estar dos pacientes.

Efeitos Colaterais e Considerações Finais

Quando utilizado corretamente para fins de diagnóstico, a ultrassonografia não apresenta riscos significativos à saúde. No entanto, é importante mencionar que o uso não regulamentado de ultrassom para fins não médicos, como entretenimento, deve ser evitado. 

A exposição desnecessária e prolongada à energia ultrassônica pode gerar efeitos indesejáveis, como cavitação e leve aquecimento dos tecidos. Embora não se tenha identificado consequências significativas à saúde após anos de uso do ultrassom para diagnóstico médico, é fundamental seguir as diretrizes médicas e evitar práticas não regulamentadas.

Em resumo, o ultrassom 3D e 4D oferecem diversas vantagens clínicas, como um tempo reduzido para triagem e diagnóstico do coração fetal, armazenamento de dados para revisão especializada e diagnóstico remoto, além de promover um vínculo maior entre os pais e o bebê. 

Essas técnicas avançadas possibilitam uma identificação mais precisa de anomalias fetais, especialmente aquelas que envolvem a face, o coração, os membros, o tubo neural e o esqueleto. No entanto, é essencial lembrar que o uso dessas tecnologias deve ser realizado por profissionais de saúde treinados e certificados, seguindo as diretrizes e regulamentações adequadas. A segurança da mãe e do feto deve sempre ser a prioridade máxima.

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