Medicina Materno-Fetal e Síndromes Fetais: o básico para gestantes

Medicina Materno Fetal e Síndromes Fetais

Neste artigo iremos apresentar os principais aspectos da medicina materno-fetal e das síndromes fetais. Confira!

A cada ano, milhões de futuros pais e mães comemoram a chegada iminente de seus novos membros da família com chás de bebê e festas. De fato, mais de dois milhões de bebês nasceram no Brasil em 2021, segundo os dados do IBGE. Infelizmente, em algumas gestações, a alegria dos genitores é muitas vezes adulterada por complicações e preocupações médicas.

Complicações na gravidez

As principais causas de gravidez de alto risco incluem pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e síndromes fetais. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês), anormalidades congênitas, que se enquadram na categoria de síndromes fetais, também classificam uma gravidez como “alto risco” e são a causa número 1 de morte em bebês nos EUA.

Existem 4.000 síndromes fetais conhecidas pela ciência e as causas são, na maioria das vezes, desconhecidas. A grande preocupação com essas complicações congênitas é que elas podem levar os fetos a óbito. No Brasil, a taxa de mortalidade fetal passou de 8,19, em 1996, para 9,5 a cada mil nascimentos. A boa notícia é que desde 2000 as estatísticas apresentam um quadro estacionário em todas as regiões do país.


Síndromes fetais

As mulheres normalmente têm um ultrassom específico agendado por volta do quinto mês de gravidez (20 semanas de gestação). Essa varredura serve a vários propósitos, incluindo aprender o sexo do bebê, mas também ajuda o médico a detectar anormalidades no fluxo sanguíneo e no desenvolvimento de órgãos e ossos, para citar algumas áreas de interesse. Mas é entre a  17ª a 24ª semanas é quando as síndromes fetais são geralmente detectadas.

As síndromes fetais incluem: síndrome de transfusão de gêmeos para gêmeos, bandas amnióticas, hidropisia, mielomeningocele, malformação adenomatóide cística, malformações cardíacas, hérnia diafragmática congênita, derrame pleural fetal, entre outras.

Centros de Cuidados Materno-Fetais

Existem Centros de Cuidados Materno-Fetais, onde mães e bebês podem receber os melhores cuidados possíveis. Enquanto a maioria dos bebês nasce e recebe os cuidados necessários na maternidade de um hospital local, os bebês diagnosticados com uma síndrome de saúde fetal requerem cuidados especiais. Os Centros de Cuidados Materno-Fetais prestam cuidados especializados e coordenados à mãe e ao bebê antes, durante e após gravidezes complicadas.

Normalmente, esses centros contam com uma equipe de especialistas, incluindo:

  • Especialistas em medicina materno-fetal (MFM): obstetras/ginecologistas com treinamento adicional em complicações maternas e fetais da gravidez;
  • Neonatologistas: médicos com experiência no cuidado de recém-nascidos com problemas congênitos ou complicações associadas à prematuridade;
  • Subespecialistas médicos e cirurgiões pediátricos.

Os centros de cuidados fetais maternos fornecem uma estrutura para a colaboração de vários especialistas no diagnóstico e novos tratamentos para a mãe e para o bebê. Isso dá esperança às famílias durante o período mais difícil de suas vidas.

Além disso, os Centros de Cuidados Materno-Fetais possuem equipamentos e ferramentas especiais que permitem tratar as síndromes de saúde fetal de várias maneiras, dependendo do diagnóstico e gravidade do caso individual, incluindo, mas não se limitando a:

  • Gestão expectante (avaliações ultrassonográficas frequentes);
  • Medicamentos intervencionistas;
  • Amniocentese;
  • Cirurgia fetal aberta e minimamente invasiva.


Cirurgia Fetal

A cirurgia fetal é uma intervenção cirúrgica altamente complexa para mitigar defeitos congênitos enquanto os bebês ainda estão no útero. Ele permite que os médicos tratem condições graves e com risco de morte e interrompam os danos progressivos, enquanto mantêm o bebê no útero por tempo suficiente para crescer e se desenvolver.

O primeiro caso de cirurgia fetal humana bem-sucedida foi realizado em 1981 na Universidade da Califórnia, em San Francisco. Desde então, mais de 5.000 cirurgias fetais foram realizadas em todo o mundo e os procedimentos estão sendo aprimorados e desenvolvidos constantemente. 

A partir dos anos 2000, começaram a surgir alguns centros de tratamento fetal espalhados pelos estados brasileiros. Frequentemente aberto sob a égide de um hospital infantil, a terapia fetal é reconhecida como um dos campos mais promissores da medicina pediátrica, e a cirurgia pré-natal está se tornando uma opção viável e muito necessária para um número crescente de bebês com problemas congênitos. 

Essas cirurgias e opções de tratamento dão às famílias dos pacientes uma esperança tangível de cumprir marcos e sonhos de ter uma família, ao mesmo tempo em que dão a seus bebês uma chance maior de vida.

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